Transtorno de personalidade borderline é caracterizado por um padrão generalizado de instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade. O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento é com psicoterapia e medicamentos.

Estima-se que 6% da população mundial sofra do transtorno de personalidade borderline (TPB), uma doença caracterizada pela intensa instabilidade emocional. Se por um lado não há estatísticas sobre sua prevalência no Brasil, por outro aproximadamente 10% dos pacientes diagnosticados no nosso país cometem suicídio, segundo estimativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Quais são os sintomas do transtorno de personalidade borderline?

Além da oscilação de emoções, o TPB é marcado por impulsividade, irritação diante de respostas negativas, dificuldade no controle da raiva e idealização extrema.

“Geralmente, os pacientes fazem um esforço desesperado para evitar o abandono, que pode ou não ser real. Eles sentem dificuldade em se relacionar por não saberem lidar com essas emoções”.

A impulsividade, aliás, afeta diversas áreas da vida. “Eles passam a gastar muito dinheiro, usam drogas ou álcool ou desenvolvem compulsão alimentar como uma forma de aliviar o sofrimento”. Em casos mais graves, a integridade física é colocada em risco. Pode-se chegar ao ponto automutilação e até suicídio.

Quais são as causas?

O fator genético é o principal motivo. “Quem tem parentes de primeiro grau com o distúrbio é cinco vezes mais propenso a desenvolvê-lo”.

Entretanto, o contexto em que esse indivíduo vive também faz a diferença. A falta de suporte social pode desencadear o transtorno de personalidade borderline.

“É comum que a depressão ou ansiedade estejam associadas. Cerca de 10% dos pacientes que procuram o consultório por essas razões são diagnosticados com o borderline”.

Quais as pessoas mais afetadas?

O problema atinge mais as mulheres e a população jovem.

Como é o diagnóstico e o tratamento?

O quadro sempre deve ser fechado pelo psiquiatra. “A suspeita mais comum do transtorno de personalidade borderline é a presença de compulsão alimentar, depressão ou ansiedade”.

Já no tratamento, o acompanhamento de um psicólogo é primordial. “Por meio da psicoterapia, cria-se maturidade emocional. Trabalhamos para que o paciente consiga lidar com os sentimentos e as frustrações”.

Aliado a isso, remédios entram frequentemente em cena. O médico os prescreve para controlar a raiva e a agressividade, além de conter doenças associadas – como a já mencionada depressão.

O que fazer durante uma crise?

Nesse momento, a raiva e a impulsividade se sobressaem. Aí, é necessário ter apoio dos amigos e familiares.

Eles precisam acolher, ser compreensivos e incentivar a procura de ajuda profissional quanto antes, Psicóloga Porto Alegre. Dessa maneira, o paciente aprenderá a lidar com as crises e evitar que novas aconteçam.

“Numa emergência, a pessoa se sente desamparada. Ao conversar sobre o que está sentindo, a ansiedade é controlada”.

A diferença entre o borderline e o transtorno bipolar

Não, essas doenças não são a mesma coisa. “A bipolaridade não é um transtorno de personalidade, e sim de humor”.

O paciente bipolar passa por episódios de 20 a 30 dias em depressão significativa. Após um tempo, ele melhora e tem um período de euforia. Esses comportamentos vão se intercalando, podendo cada um durar meses.

Já no caso do sujeito borderline, a oscilação de personalidade às vezes ocorre várias vezes durante o mesmo dia.